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Jogos, bingos e rifas

Divaldo Franco

É correto, em nome da caridade, erguerem-se instituições de amparo e socorro a necessitados de ordem material, sem recursos que as possam devidamente sustentar, optando na continuidade por leilões, bingos, quermesses e loterias para sua manutenção?


Parece-me que o momento atual convida-nos, aos espíritas, para uma atividade mais profunda em torno do conceito da caridade, que é a busca dos meios capazes de exterminar as causas geradoras da miséria econômica, decorrente do egoísmo, das injustiças sociais. A educação das novas gerações apresenta-se-nos como de caráter urgente, a fim de que o futuro possa caracterizar-se pela ausência dessa terrível chaga moral da Humanidade.


Assim pensando, não me parece justo que sejam erguidas novas Instituições sem que possuam o respaldo dos recursos financeiros para levá-las adiante, recorrendo-se a expedientes perturbadores, quais sejam: o bingo, as rifas, os leilões, as quermesses e as loterias, que são disfarces que escondem os denominados "jogos de azar" de nefastas conseqüências.


Seria ideal que os interessados em servir, apoiassem as Instituições existentes, que lutam com muitas dificuldades para se manterem, evitando que novas frentes de socorro se apresentem impossibilitadas de seguir adiante.

Fonte: Mundo Espírita – Órgão de divulgação da Federação Espírita do Paraná, fevereiro de 2001.

Raul Teixeira

O que você tem a dizer sobre os jogos, bingos e rifas nas casas espíritas?

A casa espírita, sendo educandário básico da mente popular, não comporta nenhum tipo de jogo de azar nem de sorte. Ela deve ser o espaço para que seja feito aquilo que a Doutrina Espírita propõe. No dia em que a casa espírita se converter num espaço de jogos de qualquer teor, ainda que sob as justificativas mais piedosas, em nome da caridade, terá se convertido num clube, numa área que não serve mais à causa de Cristo, mas aos interesses imediatistas dos indivíduos.

Os jogos são eminentemente do mundo e, obviamente, não se ajustam à proposta da casa espírita e muito menos à Doutrina Espírita. Com todo respeito àqueles que usam o espaço do centro espírita para fazer o que lhes dá na mente, o que lhes vem à cabeça, temos que dizer que eles estão ignorando a seriedade do compromisso espírita,  atraiçoando a confiança com que os generosos Mentores do mundo os convidou para o trabalho na fulgurante Seara Espírita.

Que a casa espírita tenha necessidade de recursos materiais para atender aos seus trabalhos materiais, não resta dúvida. Contudo, deveremos procurar operar no campo das coisas dignas, que não comprometam os princípios espíritas nem enxovalhem o nome de tantas almas que sofreram e choraram, que deram suas vidas e suas mortes, a fim de que hoje encontrássemos essa liberdade de ser espíritas, de afirmar alto e em bom som a nossa fé, em toda a parte.  

 

Fonte: Entrevista realizada na sede da  SEF - Sociedade Espírita Fraternidade, publicada no jornal Correio Espírita em março/2007.

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